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Ministro da Agricultura apoia frigoríficos brasileiros em boicote ao Carrefour após veto à carne do Mercosul

  • Foto do escritor: Lyslano M Maqrues
    Lyslano M Maqrues
  • 25 de nov. de 2024
  • 3 min de leitura

Carlos Fávaro critica CEO do Carrefour por questionar qualidade sanitária da carne brasileira; JBS, Marfrig e Masterboi suspendem vendas ao grupo no Brasil.

Carrefour em Presidente Prudente (SP)
Carrefour em Presidente Prudente (SP) — Foto: Leonardo Bosisio/g1

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, declarou nesta segunda-feira (25) seu apoio à decisão de frigoríficos brasileiros de suspender o fornecimento de carne ao grupo Carrefour no Brasil. A medida é uma resposta ao anúncio feito pelo CEO global da rede, Alexandre Bompard, na última quarta-feira (20), de que o Carrefour deixará de comprar carne do Mercosul para comercialização em suas lojas na França.

Apesar de o executivo não ter detalhado a extensão da medida, a declaração foi recebida com forte reprovação de autoridades brasileiras e produtores rurais.

“A França compra carne do Brasil há quarenta anos. Só agora que ele foi detectar isso? É inadmissível levantar dúvidas sobre a qualidade sanitária da carne brasileira”, afirmou o ministro em entrevista à Globonews. Segundo ele, a fala do CEO do Carrefour não apenas prejudica o comércio, mas também ofende a reputação do setor agropecuário nacional.

Fávaro elogiou a postura dos frigoríficos brasileiros, como JBS, Marfrig e Masterboi, que anunciaram na sexta-feira (22) a interrupção das vendas de carne para o Carrefour no Brasil. “Se para o povo francês o Carrefour acha que nossa carne não serve, então o Carrefour também não deve vender carne brasileira nas suas lojas aqui no Brasil”, declarou o ministro.


Reação do Carrefour e impacto nos consumidores

Em nota divulgada nesta segunda-feira (25), o Carrefour reconheceu o boicote das empresas brasileiras e destacou que a suspensão do fornecimento de carne impactará os consumidores. “Estamos buscando soluções para retomar o abastecimento em nossas lojas no Brasil”, informou a empresa.

A decisão do Carrefour de vetar a carne do Mercosul faz parte de uma estratégia global do grupo para reduzir impactos ambientais em sua cadeia de fornecimento. No entanto, para produtores e autoridades brasileiras, a medida levanta questões protecionistas e compromete a imagem da carne brasileira no exterior.


Críticas à postura francesa

As declarações de Alexandre Bompard foram amplamente criticadas pelo governo brasileiro. Para Fávaro, trata-se de uma tentativa de criar barreiras comerciais com base em argumentos infundados sobre questões sanitárias.

O ministro enfatizou que a carne brasileira cumpre rigorosos padrões de qualidade e é reconhecida internacionalmente, sendo exportada para mais de 150 países. “Não há justificativa técnica para o Carrefour adotar essa postura. A indústria nacional tem compromisso com qualidade e sustentabilidade”, disse ele.

A repercussão negativa também foi sentida no setor agropecuário, com associações de produtores acusando o Carrefour de promover um discurso que prejudica o comércio do bloco sul-americano.


Tensão no comércio internacional

O episódio intensifica a tensão entre Brasil e França no comércio internacional. A relação entre os dois países já era marcada por desentendimentos relacionados a questões ambientais e agrícolas, especialmente no contexto do acordo entre o Mercosul e a União Europeia.

A suspensão das vendas ao Carrefour reflete a insatisfação do setor brasileiro diante do que considera barreiras protecionistas disfarçadas de preocupações ambientais ou sanitárias.

Apesar do impacto do boicote no mercado interno do Carrefour, frigoríficos brasileiros reforçaram seu compromisso com outros mercados, destacando que a carne nacional continua a ser uma das mais competitivas e valorizadas no mundo.

Com o desdobramento, a expectativa é de que o governo brasileiro intensifique esforços para proteger a reputação da carne do país e minimizar os danos comerciais provocados pelo veto francês.

 
 
 

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